sábado, 13 de setembro de 2014

IMAGEM DO TEMPO

Aquelas serestas 

Inesquecíveis as serestas dos anos 70.  Recordo aquelas realizadas nos salões da Filarmônica Vitória às sextas e aos sábados. Às 20 horas, mesas ocupadas, os casais exibindo uma rosa vermelha que Edson Baptista oferecia na entrada, o "regional" (era assim que se dizia) onde se destacava "Bebé Coleira" com seu saxofone, tocava o prefixo anunciando mais uma noite de muita música e nostalgia.
Milton Brito (foto), violão afinado, fazia a saudação e em seguida era aplaudido interpretando "Modinha" de Sérgio Bittencourt:
-"Olho a rosa na janela, Sonho um sonho pequenino: Se eu pudesse ser menino, Eu roubava essa rosa E ofertava, todo prosa, À primeira namorada e nesse pouco ou quase nada Eu dizia o meu amor, O meu amor..."
Na seqüência começava o show dos “Antonio’s” da Feira: Antonio (Tuita) Caribé, Antonio (Alfaiate) Batista e Antonio (Donga) Carvalho seguidos  por tantos outros seresteiros. Dida, Missinho e Walter exibiam o melhor do Trio Irakitan e Geraldo Borges (foto) aparecia com um repertório que causava arrepios;
Quando o dia começava clarear Titã (da Prefeitura) Soledade "adentrava" (era assim que se dizia) no salão. Face cansada atestando mais uma longa maratona noturna, voz dolente, pegava o microfone e fazia a plateia viajar no tempo ao lembrar "A camisola do dia" de  Erivelto Martins:
- Amor, eu me lembro ainda, era linda, muito linda; Um céu azul de organdi; A camisola do dia, Tão transparente e macia, Que eu dei de presente a ti; Tinha rendas de Sevilha, A pequena maravilha, Que o teu corpinho abrigava. E eu era o dono de tudo, Do divino conteúdo, Que a camisola ocultava...

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