terça-feira, 8 de abril de 2014

LULA NÃO PRECISA SER CANDIDATO

A Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente a queda de seis pontos nas intenções de votos na presidenta Dilma.

por: Saul Leblon
Por que o Datafolha não inclui em suas enquetes algumas  perguntas destinadas a decifrar o modelo de desenvolvimento intrínseco à aspiração mudancista majoritária na sociedade brasileira, segundo o próprio Instituo?
Por que o Datafolha não pergunta claramente a esse clamor se ele  inclui em seu escopo de mudanças um retorno às prioridades e políticas vigentes  quando o país era governado pelo PSDB, com a agenda que o dispositivo midiático tenta restaurar com o lubrificante do alarmismo noticioso?
Não se trata de introduzir proselitismo nos questionários de sondagem. É mais transparente  do que parece. E de pertinência jornalística tão óbvia que até espanta que ainda não tenha sido feito.
Por exemplo, por que o Datafolha não promove uma simulação que incluiria Fernando Henrique Cardoso e Lula  como candidatos teóricos e assim avalia as preferências entre os modelos e ênfases de desenvolvimento que eles historicamente encarnam?
Por que  o Datafolha não pergunta claramente ao leitor se prefere a Petrobras  --e o pré-sal, que é disso que se trata, sejamos honestos--  em mãos brasileiras ou fatiada e privatizada?
Por que o Datafolha não investiga quais políticas e decisões estão associadas à preferência pelo petista que há 12 anos está sob  bombardeio ininterrupto da mídia e, ainda assim, conserva 52% das intenções de voto num país seviciado pelo monopólio midiático?
Por que o jornal que é dono da pesquisa  –em mais de um sentido--  não explicita em suas análises  as relações (ostensivas) entre a resistência heroica do recall desfrutado por Lula; o desejo majoritário de mudança na sociedade  e o vexaminoso arrastar dos pés-de-chumbo do conservadorismo, Aécio e Campos?

Por que a Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente o impacto da queda de seis pontos que teria marcado as intenções de votos na presidenta Dilma –mas que ainda assim vence com folga (38%)  seus dois principais oponentes juntos (26% de Aécio e Campos)?

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