Em eleições, o mais comum é a oposição ao poder vigente encarnar a renovação. Mas o que se vislumbra é o mesmo ranço de quem vê o Brasil com olhos no passado
por Helena Sthephanowitz publicado 12/02/2014 14:07
O discurso do senador mineiro Aécio Neves (PSDB),
pré-candidato do maior partido de oposição à Presidência da República, remete
ao passado do governo de seu correligionário Fernando Henrique Cardoso e
evidencia que os tucanos não sabem lidar com a principal 'novidade' ocorrida no
Brasil nos últimos 11 anos: a silenciosa ascensão social dos mais pobres para a
classe média.
O outro candidato oposicionista, que aparece em terceiro
lugar nas pesquisas, Eduardo Campos (PSB), foi beber nas mesmas fontes – a das
críticas conservadoras de analistas do mercado financeiro e colunistas
ranzinzas da mídia tradicional – para construir seu discurso de oposição.
Acabou igualando-se a Aécio.
Empresários arcaicos – e os políticos que os representam –
não enxergam, por exemplo, a 'novidade' do baixo desemprego e dos aumentos
reais nos salários dos trabalhadores. Em sua visão tacanha é mais cômodo ter um
grande estoque de mão de obra desempregada e desqualificada que se sujeite a
salários mais baixos, do que o país alcançar o pleno emprego. Ao olharem só
para o microcosmo de suas empresas, desconsideram que o mercado de trabalho
aquecido tem reflexos em toda a economia, aumentando a atividade de todas as
empresas e criando oportunidades para o surgimentos de outros empreendimentos.
Outra 'novidade', que tem a ver com o aumento da renda
familiar, é o fato de os jovens estudarem por mais tempo antes de entrar no
mercado de trabalho. Economistas arcaicos reclamam sem refletir que, passado o
tempo de formação dessa parcela, agora ampliada, da juventude, eles terão
condições de iniciar suas carreiras com muito mais qualificação, valorizando
ainda mais suas contribuições para aqueles que os empregarem.
Há muitas outras 'novidades' por aí e que estarão na pauta
dos debates e campanhas eleitorais deste ano. Mas pelo que vimos até agora,
setores do empresariado, da velha mídia e da classe política tendem a
permanecer cegos a elas, já que insistem em só criticar, em vez de entender o
novo contexto brasileiro em que estão inseridos.
Dessa forma, Dilma terá uma oposição sob medida para
conquistar um segundo mandato e ampliar as 'novidades.' (Blog da Helena)
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