Autor: Fernando Brito
A Justiça brasileira dá mais uma sombria pincelada no triste
quadro que a retrata.
E a imprensa brasileira também retoca para pior seu retrato
de incompetência e de como tudo é aceitável para o privado, embora seja
criminoso na vida pública.
Todos os jornais divulgam, com destaque, a condenação do
ex-governador do Distrito Federal, José
Roberto Arruda, por improbidade administrativa, pela contratação irregular de
uma empresa para organizar o amistoso Brasil x Portugal em 2008, por R$ 9
milhões à época. Ou quase R$ 12 milhões,
hoje.
Na mesma sentença, o juiz absolveu a Alianto Marketing
Ltda., empresa contratada irregularmente
e que recebeu a grana.
Que vem a ser uma empresa pertencente ao senhor Alexandre
Rossell Feliu – aliás, Sandro Rossell, como é conhecido – presidente do
Barcelona até dias atrás. que caiu pelo escândalo do dinheiro “por fora” da
contratação de Neymar .
A qual contratou, com seu amigo Ricardo Teixeira, nada menos de 24 amistosos da seleção, pelos quais parte da grana ficava aqui, na empresa, parte era
direcionada para empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em
nome de Sandro Rosell.
Como não está que, em julho do ano passado, Sandro Rossell
desintegrou R$ 11,88 milhões do capital
da Alianto no Brasil e, provavelmente, deu base contábil à remessa do dinheiro
para fora.
O mesmo dinheiro que valeu a condenação de Arruda.
A operação foi tão “secreta” que até publicação no Diário
Oficial tem, como você vê ao lado, em reprodução.
Foi, aliás, o único lugar em que saiu, além deste modesto
Tijolaço.
Era uma óbvia manobra para tirar o dinheiro do alcance da
Justiça brasileira.
Desnecessária, como se viu, porque o Judiciário brasileiro
não teve interesse em quem levou o dinheiro público gasto irregularmente.
A Justiça não ligou para Rossell: se o Arruda pagou
ilegalmente, ele não tão tem nada com isso, não é?
Ao corrupto, cana dura e multa pesada, merecidamente.
Ao corruptor, leniência: afinal, corromper é do jogo, não é?
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