domingo, 5 de maio de 2013

FEIRA ONTEM - XII

Morto chora no próprio velório


O professor e radialista Lúcio Bonfim Bastos Barreto,  que foi chefe de relações públicas e depois diretor de turismo no primeiro governo de José Falcão (1973/1976) era tido como um grande orador político. Companheiro de Lúcio, o irreverente José de Senna Lima confessa-lhe num dos muitos encontros no “Boteco do Regi” que o deseja como orador de seu sepultamento. Sempre gozador, cobra o impossível: ser testemunha – viva – desse momento único.
Lúcio explica que não pode fazer isso, em face de ele, José Lima, não ter morrido. Naquela segunda-feira, quase meio-dia no disputado  “Boteco do Regi”, José Lima convence Lúcio a simular como seria o discurso. Esparrama-se sobre a mesa do snooker  e, com mãos entrelaçadas e olhos fechados, ouve o orador.
No decorrer a fala de Lúcio Bonfim,  o fazendeiro Afonso Martins, tio de Lúcio, e que sempre visitava o boteco no dia da grande feira-livre interrompeu o “velório” e suplicou:
- “Pára, Lúcio! O homem  não está se aguentando mais. Ele está chorando, de verdade...”





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