domingo, 5 de maio de 2013

FEIRA ONTEM - III

O "aviso elétrico" ao orador


Eleições municipais de 1976, época do bipartidarismo, MDB e Arena apresentaram chapa completa – 45 candidatos, para Câmara Municipal. Em que pese a realização de comícios diários, antes de cada comício a escalação dos oradores se transformava em verdadeira guerra  pois todos queriam fazer uso da palavra.
Mesmo com a fixação do tempo, geralmente 3 minutos, os coordenadores eram obrigados a cortar  brusca e rapidamente o som como forma de alertar o indisciplinado orador. Candidato do Campo Limpo (com expressivos 410 votos pra a época),  José Costa Mota não atendeu o apelo de “está bom Mota, está bom...” e terminou acontecendo o pior.
Estranhamente o microfone começou a apresentar problema técnico, dando seguidos choques  e a cada choque um pinote do orador.  Mota resolve proclamar sua ira contra o suposto “aviso elétrico” e agarrado ao microfone diz com voz trêmula:

- Vão me matar, mas eu não largo!...                                               

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