domingo, 17 de fevereiro de 2013

BENTO XVI - MUITO ALÉM DA IDADE, MUITO AQUÉM DO FOGO AMIGO


Por Washington Araújo

A resistência às mudanças em um mundo e em uma época que têm na própria mudança sua maior e mais momentosa característica destaca-se em alto relevo na presente crise que engolfa o Trono de Pedro.


O momento em que Bento XVI sai de cena coincide com o ponto mais baixo em que a influência das religiões tradicionais parecem entrar em rápido declínio. A resistência às mudanças em um mundo e em uma época que têm na própria mudança sua maior e mais momentosa característica destaca-se em alto relevo na presente crise que engolfa o Trono de Pedro. Precisou que se passassem 600 anos para que uma geração testemunhasse evento tão incomum e tão insólito – o Chefe da cristandade católica pediu demissão, renunciou, anunciou que deixaria de usar as sandálias do Pescador, seu cetro e seu anel.


A Igreja Católica, em sua tradição pétrea de manter ritos e dogmas, em sua quase constante incapacidade de manter o foco na vida do Espírito e deixar aos demais as questões humanas mais comezinhas, como regulação dos meios de procriação até ao nunca perdido hábito de buscar influenciar na eleição de governantes em muitas nações com maioria da população católica (ou não), vem de uma série de conflitos internos e externos. Dentre os internos, as correntes antagônicas que se dividem entre conservadores e liberais, entre os que defendem o celibato e os que lutam por seu término, os que admitem o uso de preservativos em relações sexuais e os que vêm como prática diabólica, convite direto a atos pecaminosos, os que lutam por justiça social para a vasta maioria da humanidade que sobrevive em condições de penúria e miséria e aqueles que abominam uma igreja politizadas e secularizadas. CONTINUE LENDO

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